Mostrando postagens com marcador Comentários. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Comentários. Mostrar todas as postagens

9 de agosto de 2010

ATO ANALÍTICO PARTICIPA DO I CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE A CRIANÇA E O ADOLESCENTE - 15 A 17 JULHO 2010 - BA















As psicanalistas maringaenses Marta Dalla Torre e Valéria Codato ladeiam Jean Jacques Rassial. O psicanalista francês, cujo trabalho junto aos jovens adolescentes lhe confere reconhecimento internacional, tem várias obras publicadas em português, como "O adolescente e o psicanalista" e "O sujeito em estado-limite", ambas pela Cia de Freud, e que podem ser solicitados ao Ato Analítico.

2 de agosto de 2010

ATO ANALÍTICO PARTICIPA DE MESA REDONDA NO I CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE A CRIANÇA E O ADOLESCENTE - 15 A 17 JULHO 2010 - BA



-“Ser criança é ser hiperativa?” A contituição subjetiva: passar de um lugar ao outro. A escuta psicanalítica no atendimento ambulatorial de saúde pública-
Marta Dalla Torre

O propósito deste trabalho é trazer a experiência de minha prática clínica em um ambulatório de saúde pública com crianças entre 3 a 6 anos .Trato especificamente dos casos que são encaminhados ao serviço de psicologia pelas creches, escolas, pediatras e neuro-pediatras, que trazem consigo um diagnóstico pronto de hiperatividade”, muitos deles, fazendo uso de Ritalina. Este diagnóstico é de uso corrente no discurso dos pais que demonstram seguirem a risca todas as orientações oferecidas pelo serviços de saúde para o cuidado de seus filhos ,do pré -natal às vacinas. Qual o lugar para o saber insabido dos pais na contituição psíquica de seu filho,quando o que parece prevalecer é o discurso do saber ciêntífico e das práticas higienistas ?

Clique aqui para acessar o texto completo

1 de agosto de 2010

I CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE A CRIANÇA E O ADOLESCENTE: CLÍNICA, PESQUISA E CULTURA - Santa Cruz de Cabrália - 15 a 17 de julho de 2010


O psicanalista Alfredo Jerusalinsky ministrou curso pré-congresso intitulado "O que podemos dizer sobre a etiologia do autismo?", introduzindo sua apresentação fazendo uma retomada histórica do conceito de autismo, entrelaçado a uma visão positivista da ciência. Tal visão dá bases para a concepção do autismo dentro da perspectiva da defectologia, que aponta para um funcionamento defeituoso de caráter anátomo-fisiológico nos psicóticos, deficientes mentais, etc. Durante o Séc. XX, pode-se considerar que os autistas foram "órfãos" da teoria psicanalítica, pois eram considerados como fazendo parte das psicoses até a década de 70, quando passou a ser considerado como uma quarta estrutura, e somente na decada de 90 ganhou o status de um quadro próprio, separado de outros.
Do ponto de vista epidemiológico, o índice de autismo é baixo. No DSM-IV, Manual Diagnóstico dos Transtornos Mentais, o autismo foi incluído na categoria "espectro autística", causando mais confusão do que clareza diagnóstica, propondo uma combinatória aberta, com possibilidades multiplas.
A Epigenética tem contribuído para as pesquisas sobre o autismo pois é uma ciência que busca estudar a grande sensibilidade dos genes às transformações provocadas pelo meio ambiente, ao considerar que a produção dos efeitos genéticos não é autônoma.
Há um alto índice de crianças com Síndrome de Down e que apresentam sinais de autismo, quando não são atendidas antes dos 3 anos de idade. Por outro lado, quando atendidas antes dos 3 anos de idade, esse número cai consideravelmente, o que aponta para o fato de que há um psiquismo em formação que pode ser salvo ou recuperado nesses casos.
Não há pontos de identificação entre o autista e o Outro, e a Mãe não atribui ao bebê a condição de sujeito que pede, fala, sofre...O que leva Dr Jerusalinsky a propor que as estruturas mínimas anteriores ao Estadio do Espelho estão ausentes nos casos de autismo, e que é muito difícil detectar o autismo antes das identificações primárias.

26 de julho de 2010

I CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE A CRIANÇA E O ADOLESCENTE:CLÍNICA, PESQUISA E CULTURA - Santa Cruz de Cabrália-BA - 15 a 17 de julho de 2010




Na conferência do dia 15 de julho, a psicanalista Marie Christine Laznik discorreu sobre o tema: “Tratamento conjunto pais – bebê em um caso de depressão materna”, através da apresentação em vídeo de seu atendimento clínico ao bebê romeno Lucca, realizado em conjunto: do bebê com a mãe, ora com a mãe e o pai, ora com o irmão mais velho de Lucca , ora também com a avó materna do bebê .

Lucca foi encaminhado para o atendimento com a Dra. Laznik aos 2 meses de idade; até então não olhava, e sua mãe apresentava um quadro depressivo compartilhado com seu bebê.

De acordo com Laznik, há na história de Lucca um real traumático que se repete em três gerações.

A história da avó materna de Lucca é marcada pela morte de seu primeiro filho ainda bebê e, diante de qualquer choro do bebê, objeto de gozo doloroso, há um prenúncio de morte.

A mãe de Lucca, por sua vez, sustenta “o mais de gozar de sua própria mãe” quando, diante do choro do seu filho, se apavora, encaminhando-o para ao atendimento de emergência.

O primeiro filho dos pais de Lucca, que morreu de uma doença neurológica causada por desnutrição, não pode ser velado por seus pais, e este luto permaneceu encoberto como não dito e não elaborado.

Lucca ocupa este lugar do irmão morto e não é olhado pelos seus pais.

Como não ser um puro fantasma do bebê morto?

Laznik em suas intervenções faz um trabalho de intérprete, ao restituir à mãe o valor de ato daquilo que seu filho acaba de fazer, pois se o sujeito é hipótese do Outro, a função do psicanalista é ajudar a restaurar o Outro materno. Assim, a psicanalista fala com Lucca, pois “..fala somente é fala à medida exata que alguém acredita nela”, conforme afirma Lacan - O seminário-livro 1, dando voz e sentido ao choro ou qualquer manifestação daquele bebê. Cortes que vem operar na massa sonora escutada e que precipitam uma significação, restituindo um sentido ao bebê, em detrimento de tantos outros.

No decorrer do trabalho com a psicanalista, a mãe reencontra a capacidade de falar com seu bebê. Certas formas de depressão materna podem impedir a mãe de ter esta competência.

Graças a uma identificação em espelho com a analista, a mãe reencontra uma imagem valorizada de seu filho, e rapidamente corporifica o fato de crer que os enunciados da criança constituem uma mensagem.

Ao entrar com a função paterna, incluindo o pai no jogo, retira a repetição do traumático, rompendo-a.

Após um ano e meio de atendimento, Lucca já mostra no jogo a incorporação de seu mundo representacional internalizado, livre de distúrbios psíquicos mais graves.

6 de junho de 2010

OUTROS MAUS-TRATOS

Texto de Rosely Sayão

A PROCURADORA aposentada Vera Lucia Gomes, acusada de maltratar severamente uma criança de dois anos que pretendia adotar, já foi condenada por todos nós. 

Quem é que não culpa um adulto que humilha, impõe castigos físicos torturantes, destrata e agride uma criança indefesa? Por isso, nos permitimos dar à procuradora adjetivos como louca, bruxa, psicopata. 
Em entrevistas, a acusada reconheceu que exagerou algumas vezes no tratamento dado à garota, mas por um bom motivo: dar educação a ela. E Vera Lucia fez mais. Declarou que agiu mal porque perdeu a paciência com uma impertinência da menina, como acontece com quase todas as mães quando estas ficam nervosas, irritadas ou estão num mau dia. 
Essa declaração da acusada revela um incômodo: por trás da tragédia que ela protagoniza se escondem milhares de dramas cotidianos vividos por crianças de todas as idades, inclusive por aquelas que vivem em famílias de classe média. 
Decidimos colocar as crianças sob intensa pressão: elas precisam aprender a se comportar assim que os pais ensinam, elas precisam gostar de estudar e ter êxito na escola, elas devem aproveitar bem o que os pais lhe oferecem e demonstrar gratidão por isso e, principalmente, corresponder à expectativa de sua família. 
Mas criança não aprende de primeira e, mesmo depois que aprende algo, irá transgredir e desafiar; criança gosta mesmo é de brincar, e não de estudar; criança acha que os pais têm obrigação de lhe dar tudo o que ela quer; criança não tem autocontrole e gosta de experimentar. 
Num mundo em que a infância está desaparecendo e em que os adultos teimam em parecer juvenis, é quase uma impertinência a criança se comportar como tal, dar trabalho, exigir paciência e persistência dos adultos que a educam. 
E é por essa razão que, todos os dias, muitas crianças sofrem: apenas porque são crianças e os adultos se impacientam com isso. 
Hoje, alguns comportamentos delas são considerados síndromes, doenças, desajustes que exigem cuidados especializados e medicação. 
Há muitas maneiras de se maltratar uma criança. Uma delas é não suportar que ela se comporte como criança.

18 de abril de 2010

SAÚDE MENTAL

O ATO ANALÍTICO não poderia ficar de fora de um debate tão importante na atualidade!
Marta Dalla Torre e Valéria Codato estiveram presentes na Conferência Municipal e na Conferência Regional de Saúde Mental, onde propostas foram levantadas e debatidas para serem encaminhadas à Conferência Estadual de Saúde Mental.
A psicanálise também tem seu lugar na luta por um tratamento mais humanizado aos que sofrem disturbios mentais, provocando um novo modo de pensar sobre a loucura.

19 de março de 2010

O que chamamos de normalidade hoje?

"Uma vida totalmente livre de angústia não é boa!" Assim começou o Seminário da psicanalista Angela Valore no ultimo dia 11 de março em Londrina. Como tem sido vivida a angústia na atualidade? Se por um lado presenciamos passagens ao ato e acting-outs frequentes no meio social, por vezes sob a forma da criminalidade, de tentativas de suicídio ou homicídio que mal conseguimos compreender, por outro lado há uma legião formada de crianças e adolescentes que parecem manifestar uma "inibição generalizada". Inibição conforme foi conceituada por Freud em "Inibições, sintomas e angústia" (1926), e que indica uma outra forma de manifestação de sofrimento, diferente do tão conhecido sintoma, do qual o sujeito pode se por a falar e, tal qual uma metáfora, desfazer-se ao ganhar a via da palavra.
No entanto, os sujeitos que buscam ajuda nos consultórios (públicos ou privados) hoje parecem carecer do instrumento simbólico que concerne à formação dos sintomas. Por isso, a angústia toma outros destinos, dentre os quais a inibição como forma de preservar uma subjetividade ameaçada. Cabe-nos a interrogação sobre o que podemos chamar de normalidade hoje, pois a angústia já não tem lugar no laço social nem tampouco o sintoma, para os quais as medicações parecem apresentar o "bom remédio". No entanto, o que dizer dos adolescentes e jovens apáticos, sem desejos ou grandes paixões, despreocupados com o futuro, desinteressados da vida coletiva? Não seria esta a forma que encontraram de evitar a angústia? Não estariam aqui também incluídas as toxicomanias, os transtornos alimentares e tantos outros males da contemporaneidade?
Diante da inibição, a psicanálise continua a oferecer seu dispositivo legítimo - fazer circular na palavra o que até então permanecia sob a lógica da retenção.

8 de março de 2010

O Dia Internacional da Mulher e as Manchetes do Dia

Tres manchetes abriram o telejornal neste Dia Internacional da Mulher:
1)Pela primeira vez na história da premiação do Oscar ,o prêmio de melhor direção é para uma mulher, e que ,como também salienta a jornalista, um de seus concorrentes é seu ex-marido.
2)Dados estatísticos demonstram queda no índice de mães adolescentes.
3) Policial resgata crianças deixadas sozinhas em casa situada em favela ,enquanto suas mães vão ao forró,fato que recebeu o comentário indignado da jornalista de que" criança não é brinquedo".
Comemorar e louvar a condição da mulher nestes moldes do politicamente correto e de propostas higienistas ,parece só mascarar o que ainda está encoberto .
Se o lugar da mulher em nossa atualidade é na condição de que seus "direitos são iguais",caberia ser salientado que a diretora premiada concorria com seu ex -marido ?Será este seu mérito? Poderemos então concluir que "a guerra dos sexos "continua ?
As estatísticas também já demonstraram que a gravidez na adolescência não é exclusiva da condição de falta de informação sobre métodos contraceptivos ,mas sim que ,a maioria das jovens mães tem nesta situação um modo de serem reconhecidas e valorizadas pelo mundo adulto.Pois na sua condição de "sem lugar ",não são mais crianças, mas também são inaptas para ingressar no mundo adulto ,se fazem "mães".Aliás ,lugar que sempre definiu a mulher :esposa e mãe ,até sua emancipação.
A denuncia do abandono de crianças sensibiliza a todos ,visto que a condição que é necessária para uma mulher exercer a função de mãe ,é que, nela habite um desejo ,o desejo de ter filho, que lhe possibilita acolher e oferecer todos os cuidados amorosos que uma criança solicita.
Esta é a condição de sua feminilidade,solução do Édipo que a determina,na pura diferença. Contudo não é esta a sua única solução-ter filhos - pois na sua condição de sujeito de desejo,a mulher com a sua emancipação pôde conquistar inúmeras soluções.
Porém na atualidade as soluções ofertadas parecem impor a todos ,exigencias de eficiência e de tudo poder gozar ,numa proposta ilusória de que o impossível será possível ,desde que nos rendamos à condição de tudo consumir .Se todos somos reféns deste imperativo ,o que dizer das mães da favela?

20 de fevereiro de 2010

PSICANÁLISE E PSIQUIATRIA

Na ultima semana, enquanto ministrava aula de Psicopatologia, destaquei a seguinte afirmação de Freud: "Os senhores assegurarão não existir nada na natureza do trabalho psiquiátrico que possa opor-se à investigação psicanalítica. O que se opõe á psicanálise não é a psiquiatria, mas os psiquiatras" (Conferência XVI, p.301)
O que você pensa a respeito? Freud estava certo?