1 de agosto de 2010

I CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE A CRIANÇA E O ADOLESCENTE: CLÍNICA, PESQUISA E CULTURA - Santa Cruz de Cabrália - 15 a 17 de julho de 2010


O psicanalista Alfredo Jerusalinsky ministrou curso pré-congresso intitulado "O que podemos dizer sobre a etiologia do autismo?", introduzindo sua apresentação fazendo uma retomada histórica do conceito de autismo, entrelaçado a uma visão positivista da ciência. Tal visão dá bases para a concepção do autismo dentro da perspectiva da defectologia, que aponta para um funcionamento defeituoso de caráter anátomo-fisiológico nos psicóticos, deficientes mentais, etc. Durante o Séc. XX, pode-se considerar que os autistas foram "órfãos" da teoria psicanalítica, pois eram considerados como fazendo parte das psicoses até a década de 70, quando passou a ser considerado como uma quarta estrutura, e somente na decada de 90 ganhou o status de um quadro próprio, separado de outros.
Do ponto de vista epidemiológico, o índice de autismo é baixo. No DSM-IV, Manual Diagnóstico dos Transtornos Mentais, o autismo foi incluído na categoria "espectro autística", causando mais confusão do que clareza diagnóstica, propondo uma combinatória aberta, com possibilidades multiplas.
A Epigenética tem contribuído para as pesquisas sobre o autismo pois é uma ciência que busca estudar a grande sensibilidade dos genes às transformações provocadas pelo meio ambiente, ao considerar que a produção dos efeitos genéticos não é autônoma.
Há um alto índice de crianças com Síndrome de Down e que apresentam sinais de autismo, quando não são atendidas antes dos 3 anos de idade. Por outro lado, quando atendidas antes dos 3 anos de idade, esse número cai consideravelmente, o que aponta para o fato de que há um psiquismo em formação que pode ser salvo ou recuperado nesses casos.
Não há pontos de identificação entre o autista e o Outro, e a Mãe não atribui ao bebê a condição de sujeito que pede, fala, sofre...O que leva Dr Jerusalinsky a propor que as estruturas mínimas anteriores ao Estadio do Espelho estão ausentes nos casos de autismo, e que é muito difícil detectar o autismo antes das identificações primárias.

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