29 de maio de 2011

VIII JORNADAS DE DIREITO E PSICANÁLISE DA UFPR À LUZ DE “O LEITOR” DE BERNHARD SCHLINK 8 A 11 JUNHO 2011 SALÃO NOBRE DA FACULDADE DE DIREITO DA UFPR



PROGRAMAÇÃO

08.06.11 (quarta-feira)

18h30 – Credenciamento

19h00 – Mostra do filme “O Leitor” (Stephen Daldry)

20h30 – Lançamento do livro “Direito e Psicanálise: interseções e interlocuções a partir de O senhor das moscas

09.06.11 (quinta-feira)

Conferência

09h30 Felice Casucci (Università degli Studi del Sannio – Benevento – Itália)

Painel I

10h10 Cristiano Otávio Paixão Araújo Pinto (UnB)

10h30 Vera Karam de Chueiri (UFPR)

10h50 Alicia Ruiz (Universidade de Buenos Aires – Argentina)

11h10 Debates

Conferência

15h00 Jorge Douglas Price (Universidade de Comahue – Argentina)

Painel II

15h40 Luiz Alberto David de Araújo (PUC-SP – ITE-BAURU)

16h00 Fernando Facury Scaff (USP – UFPA)

16h20 Ricardo Kanayama (Bacharel em Direito)

16h40 Debates

Painel III

17h10 Carlos Maria Cárcova (Universidade de Buenos Aires – Argentina)

17h30 Albano Marcus Bastos Pepe (Filósofo – Professor de Direito)

17h50 Celso Luiz Ludwig (UFPR)

18h10 André Trindade (IHJ)

18h30 Debates

Conferência

19h30 Dirk Fabricius (Johann Wolfgang Goethe-Universität – Frankfurt – Alemanha)

Painel IV

20h10 Salo de Carvalho (UFRGS)

20h30 Juarez Tavares (UERJ)

20h50 Juarez Cirino (UFPR)

21h10 Debates

10.06.11 (sexta-feira)

Painel V

09h30 José Antônio Peres Gediel (UFPR)

09h50 Alexandre Morais da Rosa (Univali – UFSC – Juiz de Direito em SC)

10h10 Fernanda Otoni de Barros (PUC-Minas)

10h30 Gita Goldenberg (UERJ)

10h50 Bernardo Maranhão (IHJ – Belo Horizonte)

11h10 Debates

Painel VI

15h30 Fábio Belo (Faculdades Nilton Campos – BH)

15h50 Valéria Codato (Psicanalista) - Ato Analítico - Maringá-PR

16h10 Carlize Regina Ogg Nascimento (Psicanalista)

16h30 Renata Costa-Moura Dzu (UFES)

16h50 Denise Radesca Alvarez Scaff (UFPA)

17h10 Noêmia Santo Crespo (UFES)

17h30 Debates

Conferência

19h00 Filipe Pereirinha (Antena do Campo Freudiano – Lisboa – Portugal)

Painel VII

19h40 Agostinho Ramalho Marques Neto (Professor de Direito – Psicanalista)

20h00 Jeanine Nicolazzi Philippi (UFSC)

20h20 Cyro Marcos Silva (Juiz de Direito aposentado – Psicanalista)

20h40 Elisabeth Bittencourt (Escola Lacaniana de Psicanálise do Rio de Janeiro)

21h00 Mauro Mendes Dias (Escola de Psicanálise de Campinas)

11.06.11 (sábado)

Conferência

9h30 José Martinho (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Lisboa – Portugal)

Painel VIII

10h10 Madalena Becker de Lima (Associação Psicanalítica de Curitiba)

10h30 Mayla Di Martino (Associação Psicanalítica de Curitiba)

10h50 Hugo Mengarelli (Biblioteca Freudiana de Curitiba)

11h10 Jacinto Nelson de Miranda Coutinho (UFPR)

11h30 Definição do livro das Jornadas de 2011 / Encerramento

Investimento:

Graduação R$ 50,00

Pós-Graduação R$ 150,00

Profissional R$ 150,00

Inscrições EM BREVE: Secretaria do PPGD (Praça Santos Andrade, número 50, terceiro andar) das 8h às 12h e das 18h às 22h

Exclusivamente aos que não residirem em Curitiba, seguir as orientações EM BREVE disponíveis em www.ppdg.ufpr.br/eventos

22 de maio de 2011

SEMINÁRIO ' ÉDIPO E CASTRAÇÃO: FUNÇÃO MATERNA E FUNÇÃO PATERNA"SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS

Bleichmar, Hugo. Introdução ao estudo das perversões. Porto Alegre:

Artes Médicas, 1984. cap.4.


*Bernardino, L.M.F. (org) O que a psicanálise pode ensinar sobre a

criança, sujeito em constituição.São Paulo, Escuta, 2006.


Checchinato, Durval (coord) A clínica da Psicose. 2.ed. Campinas:

Papirus, 1988.


Freud, S. Obras completas. Imago, Rio de Janeiro, Vol.XIX

l"A organização genital infantil: uma interpolação na teoria da sexualidade". 1923
l"A dissolução do complexo de Édipo". 1924
l"Algumas conseqüências psíquicas da distinção anatômica entre os sexos". 1925lJulien, Philippe. As psicoses: Um estudo sobre a paranóia comum. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 1999. cap.2.

Lacan, J. Os Complexos Familiares na formação do indivíduo. Jorge Zahar
Editora Ltda, Rio de Janeiro, 1984.

Lacan, J.(1957-58) As Formações do Inconsciente. Seminário livro 5. Jorge Zahar, RJ, 1999.

*Lebrun, J-P. Um mundo sem limite . Rio de Janeiro, Companhia de Freud,2004.

*Melman, C. Novas formas clínicas no início do terceiro milênio. CMC Editora, Porto Alegre, 2003.
Nasio, J.D. Lições sobre os sete conceitos cruciais da psicanálise. Jorge Zahar EditorLtda, Rio de Janeiro, 1989.
Nasio, J.D. Édipo. Jorge Zahar Editor Ltda. Rio de Janeiro, 2007.

obs- * temos à disposição em nosso acervo para venda


MENINA-MÃE

Por Valéria Codato

Ao refletimos sobre a gravidez na adolescência, devemos considerar acima de tudo a relação mãe-filha e suas conseqüências na construção da sexualidade da menina/mulher.

Não podemos ser ingênuos e pensar que essas gravidezes ocorrem meramente por modificações hormonais ou como resultado da curiosidade sexual despertada no momento da adolescência.

A psicanálise sustenta a concepção de sexualidade como uma construção que começa na infância, quando a criança é acolhida pelo desejo dos pais. Todo o percurso que se segue, denominado identificação, é o que determinará o destino subjetivo de pertencer ao universo masculino ou feminino. Portanto, as funções materna e paterna são decisivas para esta construção. Tais funções não precisam necessariamente ser exercidas pelos pais biológicos, mas quem tomar esta responsabilidade para si deve ter consciência da importância do que transmitirá à criança, para além daquilo que se pretende ensinar. Ou seja, as atitudes, os gestos, as palavras, o olhar, tudo o que vem daqueles que cuidam e acolhem a criança, será determinante na constituição de sua subjetividade. E esta constituição se edifica sobre a sexualidade, entendida aqui como as experiências prazerosas vivenciadas desde o nascimento, e não somente ao que se refere como órgãos genitais. Portanto, o tornar-se mulher dependerá de como se estabeleceu a relação mãe-filha desde os primórdios da vida, de como a mãe pode transmitir à filha o gozo da feminilidade.

É importante ter isto em mente quando se pensa sobre a gravidez na adolescência e também sobre como ambas- mãe e filha- vivenciam tal experiência.

Atualmente, a grande maioria das meninas é muito bem informada e conhece métodos variados de contracepção, mesmo entre as camadas mais pobres da população. No entanto, elas não fazem uso das informações que têm. Conhecem os riscos, os métodos para evitar a gravidez, mas não se fazem cargo disto, e na maioria dos casos, nem sabem explicar o por quê. São inúmeras as meninas que não crêem correr o risco de uma gravidez, como se pudessem transitar pela sexualidade sem maiores conseqüências. Como se fossem meninas que brincam de médico, e não mulheres sexuadas. Em outros casos, somente conseguem manter relações sexuais quando não há premeditação, ou seja, têm que acontecer sem planejamento, num impulso de momento. Assim, não se implicam como responsáveis pelo acontecido.

Sabemos que uma certa dose de impulsividade e inconsequência são toleradas na adolescência, posto que são consideradas como características de um momento crítico da vida. Chiclete, algodão doce e picolé não os divertem mais. Saem em busca de um novo modo de satisfação. Os pais geralmente os encaminham para os esportes e outras atividades onde possam “gastar energia”, mas nada consegue demovê-los de lançar-se ao encontro com o objeto sexual.

Que vivência têm essas adolescentes desse momento em que seus corpos são tomados pelo desejo sexual? Como suas mães enfrentam este despertar sexual da menina?

Muitas vezes a dita “educação sexual”, seja na escola ou na família, propõe aulas de anatomia e de fisiologia, através de informações claras sobre um organismo que funciona a partir de hormônios e órgão genitais. No entanto, esquecem-se de que o ser humano, diferentemente de outros do reino animal, não é determinado apenas pelos ditames orgânicos, mas sofre uma determinação pulsional inconsciente. Um corpo que, para além da dimensão biológica, é um corpo erógeno, marcado pelo simbólico e organizado pelo imaginário.

Assim, uma gravidez neste momento da vida põe em xeque o ensinamento dos pais, seus conselhos, suas orientações e valores. Nasce um novo bebê que é jogado no colo dos pais dessas meninas, frequentemente como uma forma inconsciente de ocupar estes pais com outro bebê que não ela própria, isto é, mais do que um filho, estas meninas parecem gerar um clone, para que assim possam crescer.

É esperado que os pais se sintam culpados ou responsáveis pelos atos de seus filhos, principalmente quando crianças ou adolescentes.

Entre mãe e filha há sempre uma certa ambivalência e competitividade inconsciente, que pode se expressar na forma de sentimento de culpa quando se revelam dificuldades maiores na vida de uma filha tão jovem. É ainda inevitável que a mãe se identifique à filha, se coloque no lugar dela, pois uma filha sempre traz a possibilidade de atualizar para a mãe a sua própria história.

O sentimento de culpa pode também encobrir decepção e o descontentamento por ter sido promovida à posição de avó tão cedo. Para algumas avós jovens, este fato provoca uma grande insatisfação ao terem que se confrontar com a perda da juventude antes do previsto.

Muito provavelmente, ao se ocupar do neto(a), a avó permitirá mais facilmente que sua filha viva sua vida com mais liberdade. Este pode ter sido o motivo da gestação, podendo oferecer um novo bebê à sua mãe, inconscientemente, a adolescente pode deixar o mundo da infância para que outro tome seu lugar!

Cuidar dos netos pode ser muito prazeroso, mas a responsabilidade sobre a maternidade e paternidade não podem ser substituídas nem amenizadas pelos avós. Aqueles que “escolheram” muito cedo (mesmo que de forma inconsciente) assumir seu papel sexual e social, não devem ser poupados da responsabilidade sobre os filhos.

Oferecer ajuda à filha não deve ser confundido com substituição da mesma. Quando cada um assume seu lugar, sua função e seu papel, torna-se mais fácil o amadurecimento, inclusive evita-se confusões e sofrimentos por parte da criança.Acredito que nos tempos atuais, facilmente os pais/avós se comprometem a cuidar do neto por acreditarem que assim poupariam o sofrimento de todos (filhos e netos), pois os pais de hoje buscam a todo custo livrarem os filhos daquilo que é próprio da vida- sofrer as consequências dos próprios atos. Acreditando, talvez, que estariam fazendo o melhor para eles, impedem seu verdadeiro crescimento.

Afinal, assumir a posição de sujeito é poder desejar e arriscar-se a ser feliz!