Para Freud, mesmo que a criança não tenha o domínio da língua, ela é um ser que está inserido na linguagem e que ultrapassa o que pode ser suposto dela. Isso implica em que, numa análise, a criança possa ser escutada e, muitas vezes, o recurso utilizado para viabilizar essa fala e, consequentemente, sua escuta, é a brincadeira. Seja ela realizada através de jogos; brinquedos; desenhos, o que vale é o fato de que é através da brincadeira que uma criança pode dizer dela enquanto sujeito; ou seja, é um meio para acessar o discurso. Para aquele que se propõe a escutar uma criança faz-se necessário que a brincadeira seja tomada, então, não como mero brincar; atividade lúdica, mas ao contrário, que ela seja a possibilidade de que o verbo se faça, permitindo que, no horizonte da cura, este pequeno possa rearticular sua história e sua verdade subjetiva.
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